domingo, 30 de maio de 2010

Das Diferenças


Boas noites divanos e divanas que perdem seu tempo com este blog! A esta hora em que o mundo brasileira está quase desfalecendo diante do Fantástico, vamos começar um interessante debate. Já falamos sobre o pensamento e suas características básicas, sobre o normal; agora vamos tecer sobre o diferente.
O diferente é aquilo que não é o padrão, é aquilo que foge do normal. De primeiro lida, podemos até confundir tal definição com o patológico, a fim de destruir tais dúvidas e confusões, vamos fazer um pequeno exemplo:

Imaginemos uma menina de 10 que vive na casa de seus pais no Brasil. Ela resolve namorar com outra menina da mesma idade. Seus pais são ultra-religiosos e desaprovam o relacionamento.

De tal exemplo podemos tirar as seguintes noções primordiais:

1. é normal meninas morarem com seus pais;
2. não é normal meninas tão jovens namorarem no Brasil;
3. não é normal meninas namorarem com meninas no Brasil;
4. é normal pais religiosos serem contra namoros homossexuais.

Perceba que a noção de normal que estou me referindo é a de média geral! Muitas vezes as pessoas,"asnamente", extrapolam a noção de normalidade e a confundem com o conceito de certo e errado, que é algo bem diferente, conforme debateremos algum dia nestes saraus filosóficos e psiquícos que travamos, leitores.
Podemos dizer que o diferente está num determinado intervalo de normalidade, sendo, pois, o padrão comportamental da maioria uma interessante ponderação dos extremos comportamentais. Esta definição é algo decerto muito metódico e meio positivista; no entanto, ilustra bem a idéia que quero lhes passar! O diferente é uma combinação de comportamentos que margeiam o nível médio comportamento-padrão. Diante disso, podemos notar que tal definição depende de onde estamos, em que cultura estamos inseridos assim como em que grupo social estamos inseridos. Tais aspectos fazem-nos ligar imediatamente a definição do diferente ao ideário do grupo humano, assim, as diferenças apenas existem quando se comparam a alguma coisa, a algum grupo ou indivíduo símbolo do grupo. O diferente não é um ente de existência própria, pois só se pode ser diferente daquilo que não se é parecido, o que, necessariamente, requer um ente de comparação. Como dissemos no começo, muitas vezes os grupos humanos se apoderam erroneamente do conceito de normalidade e a misturam com a noção de correto, de exatidão humana, algo que decerto fere a liberdade de expressão dos indivíduos humanos, tendo em vista que são as diferenças que fazem com que sejamos únicos e, ambiguamente, parecidos, tendo em vista que nossa prima semelhança é que todos somos diferentes.

A conversa está boa, mas devemos nos retirar agora! Depoismente debateremos um pouco mais sobre o ser humano e seus arquétipos de conduta e de pensamento.



sexta-feira, 28 de maio de 2010

Do Normal


A normalidade é decerto uma busca incessante do homem. Desde tempos idos, a civilização ocidental tem buscado o normal, o padrão, encaixando a isto a definição oposta do patológico, do diferente. A normalidade humana tem em seu arcabouço comparações matemáticas e estatísticas que corroboram em formar a noção da média geral dos comportamentos, que tende a se aproximar do conceito de moda, que seria o comportamento da maioria. Tal busca é inerente ao homem, de certa forma se adequando a tentativa que nossa mente tem de sempre juntar os parecidos, formando a noção de grupo, contrapondo-se os diferentes, o que tece o princípio da segregação.
Deste modo, a busca pelo normal seria um impulso humano que residiria no fato de nossa mente busca agrupar coisas muito parecidas e separar coisas muito diferentes. Isso tudo depende da ótica que temos do que é normal e do que é diferente. Por exemplo, se aproximarmos dois pontos até que não consigamos diferenciar um do outro, teremos a ilusão de os dois terem se juntado; no entanto, sabemos que isso não ocorreu, apenas a resolução de nossa visão é menor que a distância que separa os dois pontos em questão. O mesmo princípio pode ser usado para o comportamento humano, tomando como conceito que este é a expressão da personalidade. Logo a impressão que temos da similaridade de duas pessoas é oriunda de nossa incapacidade de notar as sutis diferenças, assim como a oposição que vislumbramos em dois comportamentos é oriunda da incapacidade que temos de notar as sutis semelhanças. Sob este aspecto, as tessituras comportamentais que percebemos nos outros são apenas nuances de um comportamento real, o que seria uma boa retomado ao Mito da Caverna de Platão em A República.Este comportamento percebido é aglomerado a outros comportamentos, fazendo um apanhado e traçando-se o normal, que, pelo já exposto, é baseado em noções superficiais do ser humano, sendo, assim, um conceito vago e impreciso.
Assim, denota-se o conteúdo ilusório do conceito do normal humano. No entanto, não devemos achar que este conceito é infundado ou desnecessário, tendo em vista que este é um bom parâmetro de conduta geral, de padrão de comportamento, tendo em vista sempre que devemos considerar uma ampla variação deste "normal".
É válido ressaltar que o patológico seria um estado de desequilíbrio comportamental interno, sendo uma quebra entre a tessitura comportamental de uma pessoa; tornando a abordagem coletiva do patológico pouco factível, porquanto se fundamenta no conceito de normal que relatamos anteriormente.

Do pensamento


O que é o pensamento?
Bem, esta é uma pergunta um tanto quanto difícil de se responder; no entanto, como sendo nossa primeira postagem, acho de bom tom que comecemos com um debate sobre este ente do psiquismo humano.
O ato de pensar requer vivências, aliás, o ato de pensar é uma conseqüência de uma vivência, e o pensamento é produto de tal vivência. Imaginemos a situação: uma menina de treze anos de idade se apaixona por um rapaz de quinze, vai pedir um beijo, e ele, maldosamente, nega. Temos aí uma vivência, o ato de se apaixonar, que faz com que a menina pense - pense no rapaz é óbvio!
O pensamento é algo que difere o homem dentre seus iguais, que o torna único. Mas não imaginemos que o pensamento seja apenas um ato, simples e bobo. Pensar é uma mecanismos muito complexo, onde a personalidade age de forma preponderante, tendo em vista que é a personalidade que molda o pensamento, que o faz caminhar para um lado ou para outro. No caso da meninazinha que falávamos, se ela for uma pessoa com susceptibilidade para crises depressivas, teríamos uma boa chance de se desencadear um quadro melancólico-destrutivo; se, por outro lado, esta menina fosse uma pessoa astênica, talvez nem o ato de se apaixonar fosse observado, o que demonstra o poder da personalidade sobre o ente pensamento e todas as consequências deste.
Poderíamos comparar o pensamento como uma argila, que seria moldada pela personalidade, mas que seria constituída pelo intelecto da pessoa, ou seja, é como se o nível cultural, o nível intelectual fosse o tipo de argila, constituísse o material essencial sobre o qual um agente de moldura agirá. Este agente é a personalidade. Assim temos que o pensamento é um produto de duas entidades diferentes do psiquismo humano: a personalidade, algo que sofre grande determinação interna; e o instrução, que aflora como algo determinado pelas condições de exposição, pelas condições sociais em que se vive, gerando assim uma interação forte entre o interno e o externo, fundando o que seria o produto desta relação: o pensamento.
Apesar de esta definição ser bem alegórica e fácil de se entender, temos de ressaltar que a personalidade e a intelectualidade se misturam, uma influindo na outra, fazendo com que esta interseção seja de grande forma ressaltada, mostrando o quanto intrincada é a feição do pensamento.
Deste modo, o pensamento é uma entidade poderosa e complexa, que tem em sua constituição dois grandes pilares da mente humana: o modo como interagimos com o mundo externo( tessitura personalística); e a maneira como captamos as informações externas e a damos significação intterna(tessitura intelectualística).
A imaginação tem no pensamento sua base, na inteligência sua abrangência e na personalidade sua direção.