sexta-feira, 28 de maio de 2010

Do Normal


A normalidade é decerto uma busca incessante do homem. Desde tempos idos, a civilização ocidental tem buscado o normal, o padrão, encaixando a isto a definição oposta do patológico, do diferente. A normalidade humana tem em seu arcabouço comparações matemáticas e estatísticas que corroboram em formar a noção da média geral dos comportamentos, que tende a se aproximar do conceito de moda, que seria o comportamento da maioria. Tal busca é inerente ao homem, de certa forma se adequando a tentativa que nossa mente tem de sempre juntar os parecidos, formando a noção de grupo, contrapondo-se os diferentes, o que tece o princípio da segregação.
Deste modo, a busca pelo normal seria um impulso humano que residiria no fato de nossa mente busca agrupar coisas muito parecidas e separar coisas muito diferentes. Isso tudo depende da ótica que temos do que é normal e do que é diferente. Por exemplo, se aproximarmos dois pontos até que não consigamos diferenciar um do outro, teremos a ilusão de os dois terem se juntado; no entanto, sabemos que isso não ocorreu, apenas a resolução de nossa visão é menor que a distância que separa os dois pontos em questão. O mesmo princípio pode ser usado para o comportamento humano, tomando como conceito que este é a expressão da personalidade. Logo a impressão que temos da similaridade de duas pessoas é oriunda de nossa incapacidade de notar as sutis diferenças, assim como a oposição que vislumbramos em dois comportamentos é oriunda da incapacidade que temos de notar as sutis semelhanças. Sob este aspecto, as tessituras comportamentais que percebemos nos outros são apenas nuances de um comportamento real, o que seria uma boa retomado ao Mito da Caverna de Platão em A República.Este comportamento percebido é aglomerado a outros comportamentos, fazendo um apanhado e traçando-se o normal, que, pelo já exposto, é baseado em noções superficiais do ser humano, sendo, assim, um conceito vago e impreciso.
Assim, denota-se o conteúdo ilusório do conceito do normal humano. No entanto, não devemos achar que este conceito é infundado ou desnecessário, tendo em vista que este é um bom parâmetro de conduta geral, de padrão de comportamento, tendo em vista sempre que devemos considerar uma ampla variação deste "normal".
É válido ressaltar que o patológico seria um estado de desequilíbrio comportamental interno, sendo uma quebra entre a tessitura comportamental de uma pessoa; tornando a abordagem coletiva do patológico pouco factível, porquanto se fundamenta no conceito de normal que relatamos anteriormente.

2 comentários:

Damien disse...

traçar padroes e fazê-los variáveis é evidentemente transforma-los em novos padroes que condizem com a nova realidade. O q muda são os homens, portanto o q estes consideram "normal", mas o conceito, a essência com efeito, permanece a msm. tlvz o q foi explanando se confunda com o conceito de moral, q sofre os efeitos de se basear em normas entendidas coletivamente, que seja a possivel e constante mudança de suas prorpias regras.
Dá muito oq discutir!!! hehehe
espero q esteja contribuindo!!
Abraços!!

Anamélia disse...

viva os anormais que eles herdarão o reino dos céus! ^^ adoro esse meu amigo inteligente.